Arte Romana da Antiguidade Clássica
ESCULTURA
A escultura romana é realista, centrada na personalidade do
indivíduo, com influência da
arte grega principalmente do período helenístico, porque os Romanos preferiram
o realismo emocional da
representação à perfeição idealizada, mais de acordo com o seu espírito prático
e pragmático. Teve o seu maior êxito nos retratos, normalmente em forma de busto. Reproduziam exatamente o
modelo, acentuando as características fisionômicas dos olhos, das sobrancelhas,
da boca, barba e cabelo, bem como marcas do tempo e do sofrimento
humanos. Seu propósito era eternizar a memória dos homens através de
imagens reais que evidenciavam o carácter, a honra, a glória e a psicologia do
retratado de modo quase fotográfico.
No séc. I a.C., durante o governo de Octávio César Augusto, o retrato
começa a sofrer mudanças e a mostrar nítidas influências do ideal grego, sobretudo no retrato oficial: visto
que os imperadores se tornavam deuses após a morte, os seus retratos e estátuas
apresentavam-no de um modo mais clássico, mais idealizado e mais divino, mas
por outro lado também mais grave, para ser admirado, respeitado e honrado; as
figuras adquiriram uma pose mais triunfal, majestosa e bela, embora, algumas
partes do corpo, principalmente a cabeça, continuassem plenas de verismo,
mostrando as feições naturais do representado. Feitos em materiais como a pedra e o bronze
e cunhados em moedas, os retratos foram o espelho do poder imperial e um
elemento de unificação do território, pois os retratos do imperador chegavam a
todas as partes do império.
A época do Alto Império ficou marcada pela grande produção escultórica e
pelo fato de, pela primeira vez, se poder falar em consumo privado de Arte e no gosto pela obra de arte em si mesma, desenvolvendo-se a paixão
pelo colecionismo. A decadência do império (sécs. IV e
V d.C.) correspondeu a uma fase de simplificação na escultura As figuras
começaram a apresentar uma grande influência
da estética oriental, com o seu frontalismo e hieratismo e feições mais
abstratas e simplificadas, principalmente no retrato e, deste modo, o retrato
oficial perdeu a sua carga de individualidade.
Dividiu-se em três tipologias: as estátuas e as estátuas equestres, que
possuíam funções públicas.
Documentais, celebradoras, comemorativas e, por vezes, decorativas, eram verossímeis
e idealistas ao mesmo tempo. Em qualquer uma delas sobressai principalmente o
retrato propriamente dito, que se pauta por um grande realismo, não descurando
a fisionomia do rosto e enfatizando a descrição da personalidade do
representado, sobretudo, na expressão do olhar. Os romanos fizeram também
cópias de muitas estátuas gregas, pelo grande encanto e admiração que tinham
por elas. Os relevos, que tinham funções ornamentais,
comemorativas e narrativas ou históricas e recorreram a algumas técnicas usadas
na pintura: conseguiram obter profundidade e efeitos de perspectiva através da
gradação dos planos, em conjunto com diferentes tipos de relevo (alto, médio e
baixo) e utilizaram a figura em escorço, principalmente nas cenas militares, de
modo a transmitirem a noção de esforço e sofrimento. A narrativa decorria em cenas
contínuas onde a figura principal se encontra repetida, as figuras secundárias
dispostas lado a lado e as restantes colocadas em planos mais recuados. As
figuras eram produzidas de modo fidedigno e demonstravam o grande gosto dos
romanos pela representação minuciosa e verista.
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